Crédito: Jornal Folha de São Paulo |
Em 05/11/2015 ocorreu o rompimento da barragem do Fundão de propriedade da mineradora Samarco, empresa controlada por duas gigantes da mineração: a brasileira Vale do Rio Doce e a anglo-australiana BHP Billiton.
Nesta data, cerca de 40 bilhões de litros de lama de rejeito foram derramadas após o rompimento da estrutura. Todo este impressionante volume rapidamente chegou ao Rio Doce, avançando por 663 km.
O rejeito contaminado partiu de Bento Gonçalves, e rapidamente chegou a Mariana, em Minas Gerais, trajeto este de 15 km. A lama seguiu caminho chegando até o Espírito Santo, onde alcançou o mar. Oito pessoas morreram, 11 estão desaparecidas (8 funcionários da empresa e 3 moradores da região), havendo quatro corpos que aguardam identificação.
Nesta data, cerca de 40 bilhões de litros de lama de rejeito foram derramadas após o rompimento da estrutura. Todo este impressionante volume rapidamente chegou ao Rio Doce, avançando por 663 km.
O rejeito contaminado partiu de Bento Gonçalves, e rapidamente chegou a Mariana, em Minas Gerais, trajeto este de 15 km. A lama seguiu caminho chegando até o Espírito Santo, onde alcançou o mar. Oito pessoas morreram, 11 estão desaparecidas (8 funcionários da empresa e 3 moradores da região), havendo quatro corpos que aguardam identificação.
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A
lama impede a entrada da luz solar, a oxigenação da água, além de
alterar o pH da mesma. A soma destes fatores leva à morte os peixes e
outros animais aquáticos (algumas espécies existentes exclusivamente
neste bioma). Especialistas dividem-se em prever o tempo para que o meio-ambiente se recomponha do desastre: as previsões variam entre 30 e 100 anos.
Muito embora a Samarco e parte da imprensa utilizem o termo acidente ao referir-se ao ocorrido, é sabido que desde 2013 as barragens da mineradora, (assim como outras pelo país) estavam condenadas. Neste mesmo ano, o Ministério Público Estadual encomendou um estudo a especialistas que concluíram que fragilidades presentes nas barragens poderiam leva-las ao colapso. Na ocasião, foi demandada à empresa a construção de um plano de emergência e de alerta, o que, como podemos constatar no último dia 05/11, não foi feito. Em contrapartida, a Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais afirma que não foram encontradas irregularidades na última vistoria para concessão da última licença ambiental, no mesmo ano.
A mineradora foi reconhecida nos últimos 20 anos como uma das “líderes em responsabilidade socioambiental no Brasil”. Enfileirou prêmios, tornando-se a primeira mineradora do mundo a ter a certificação ISO 14001 (de gestão ambiental) em todas as etapas de produção.
No início deste ano a Samarco anunciou a receita líquida no ano anterior: R$ 7, 537 bilhões. Apesar da cifra astronômica, a empresa efetuou o depósito referente à multa de R$ 500 milhões como caução pelos danos causados, alegando que não poderia disponibilizar o montante, pois R$ 300 milhões foram bloqueados pela Justiça. O que não fica esclarecido é: como uma empresa que faturou mais de sete bilhões de reais no ano anterior, não tem condições financeiras para ressarcir os danos causados no prazo estabelecido.
Apesar do ocorrido, um grupo de pessoas fez uma manifestação na noite de 17/11 na porta da Prefeitura de Mariana. Com faixas e cartazes em mãos, os manifestantes - em sua maioria, funcionários da mineradora - declaravam seu apoio à Samarco. A mobilização foi feita pelas redes sociais.
Em 21/11, manifestantes protestaram em Belo Horizonte contra a Samarco. De acordo com a Polícia Militar (PM), o movimento era composto por cerca de 350 pessoas. Conforme a organização, o ato exigia a responsabilização das empresas pelo “maior crime socioambiental da história do Brasil”.
No mesmo ato, manifestava-se o repúdio ao Projeto de Lei 2.946/2015 do poder executivo, que altera a estrutura do Sistema Estadual do Meio Ambiente (Sisema). Sem motivos aparentes, o projeto tramita em caráter de urgência. O manifestante Guilherme Pontes, militante das Brigadas Populares fez a seguinte afirmação:
Muito embora a Samarco e parte da imprensa utilizem o termo acidente ao referir-se ao ocorrido, é sabido que desde 2013 as barragens da mineradora, (assim como outras pelo país) estavam condenadas. Neste mesmo ano, o Ministério Público Estadual encomendou um estudo a especialistas que concluíram que fragilidades presentes nas barragens poderiam leva-las ao colapso. Na ocasião, foi demandada à empresa a construção de um plano de emergência e de alerta, o que, como podemos constatar no último dia 05/11, não foi feito. Em contrapartida, a Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais afirma que não foram encontradas irregularidades na última vistoria para concessão da última licença ambiental, no mesmo ano.
A mineradora foi reconhecida nos últimos 20 anos como uma das “líderes em responsabilidade socioambiental no Brasil”. Enfileirou prêmios, tornando-se a primeira mineradora do mundo a ter a certificação ISO 14001 (de gestão ambiental) em todas as etapas de produção.
No início deste ano a Samarco anunciou a receita líquida no ano anterior: R$ 7, 537 bilhões. Apesar da cifra astronômica, a empresa efetuou o depósito referente à multa de R$ 500 milhões como caução pelos danos causados, alegando que não poderia disponibilizar o montante, pois R$ 300 milhões foram bloqueados pela Justiça. O que não fica esclarecido é: como uma empresa que faturou mais de sete bilhões de reais no ano anterior, não tem condições financeiras para ressarcir os danos causados no prazo estabelecido.
Apesar do ocorrido, um grupo de pessoas fez uma manifestação na noite de 17/11 na porta da Prefeitura de Mariana. Com faixas e cartazes em mãos, os manifestantes - em sua maioria, funcionários da mineradora - declaravam seu apoio à Samarco. A mobilização foi feita pelas redes sociais.
Em 21/11, manifestantes protestaram em Belo Horizonte contra a Samarco. De acordo com a Polícia Militar (PM), o movimento era composto por cerca de 350 pessoas. Conforme a organização, o ato exigia a responsabilização das empresas pelo “maior crime socioambiental da história do Brasil”.
No mesmo ato, manifestava-se o repúdio ao Projeto de Lei 2.946/2015 do poder executivo, que altera a estrutura do Sistema Estadual do Meio Ambiente (Sisema). Sem motivos aparentes, o projeto tramita em caráter de urgência. O manifestante Guilherme Pontes, militante das Brigadas Populares fez a seguinte afirmação:
“Esse projeto flexibiliza ainda mais o processo de licenciamento ambiental e foi construído sem qualquer participação popular. (...). Beneficia os setores empresariais ligados à mineração, sem qualquer construção com as comunidades atingidas, os municípios mineradores e os movimentos populares e sociais que discutem a questão no estado”, afirmou Pontes.
Estudantes da Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB também realizaram em 29/11/2015 uma manifestação artística na Praia de Taperapuã em Porto Seguro - BA. Na intervenção, foi realizado um trabalho de conscientização popular, ressaltando a importância de um maior protagonismo da população em exigir dos governantes atitudes mais enérgicas em relação à mineradora.
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